quinta-feira, 9 de setembro de 2010



                         Para onde vai o lixo?

Você já parou para pensar sobre quanto lixo é produzido, por dia, na sua casa?

            Será que o seu lixo é também o meu lixo?

             


                                              Joga isso fora, é lixo!
Quantas vezes já ouvimos alguém dizer isso? Lixo da rua, de casa, de comércio, de hospital... Todos falam sobre o lixo: a televisão, os jornais, a escola. Mas afinal, o que é lixo?
Se você observar tudo que jogamos fora todos os dias chegará à conclusão de que lixo é tudo aquilo que consideramos inútil, indesejável ou descartável, ou seja, tudo aquilo que já não nos servem mais. Mas será que tudo que não serve mais para você também não serve para mim?
Basta prestar atenção em tudo o que acontece ao nosso redor para ver que nem sempre o que é considerado lixo para uma pessoa é inútil para outra. Muitas pessoas produzem roupas e peças artesanais a partir de retalhos de tecido, ou enfeites natalinos e poltronas com garrafas pet. A Pastoral da Criança, por exemplo, aproveita cascas de alguns alimentos para salvar a vida de muitas crianças com a multi-mistura. É só usar a imaginação e o conhecimento que muita coisa, que é considerada lixo, se transforma em novos produtos úteis para a sociedade. O lixo é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. Enquanto a população do planeta cresceu 18% no período de 1970 a 1990, a produção de lixo aumentou 25% nesse mesmo tempo.

                     CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE O LIXO
Estima-se que o Brasil produz 240.000 toneladas de lixo por dia. O que fazer com tanto lixo? Primeiro é preciso reconhecer e separar lixo do que não é lixo e com isso podemos até aumentar a renda familiar além de conservar o meio ambiente. Mas para isso, vamos conhecer um pouco mais sobre o lixo.
Entende-se por lixo todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades do homem na sociedade. Dependendo de sua origem, o lixo pode ser classificado como:

LIXO
DOMICILIAR: Gerado basicamente nas residências, constitui-se de restos de alimentos, produtos deteriorados, jornais e revistas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis, etc.

LIXO
COMERCIAL: Gerado pelos diferentes segmentos do setor comercial e de serviços, tais como: supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. O lixo destes estabelecimentos é composto principalmente por papéis, plásticos, restos de alimentos e embalagens diversas.

LIXO
INDUSTRIAL: Originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, podendo ser constituído por cinzas, lodos, resíduos alcalinos ou ácidos, papéis, plásticos, metais, vidros e cerâmica, borracha, madeira, etc.

LIXO
HOSPITALAR: Produzido em hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde, etc. Constitui-se de agulhas, seringas, gazes, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura, fotográficos de raios X, etc.

LIXO PÚBLICO: Originado nos serviços de limpeza pública, incluindo limpeza de vias públicas, repartições públicas, escolas, limpeza de áreas de feiras livres, praias, terrenos, córregos, etc.

LIXO ESPECIAL: Composto principalmente por resíduos da construção civil, tais como restos de obras e demolições; por animais mortos e restos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de agro-químicos e adubos; restos de colheita; ração, etc.

No Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte populacional do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de resíduos no Brasil varia entre 450 e 700 gramas para os municípios com população inferior a 200 mil habitantes e entre 700 a 1.200 gramas em municípios com população superior a 200 mil habitantes.

                                                 
                                       PARA ONDE VAI O LIXO?
São centenas de milhares de toneladas de lixo produzidos diariamente no Brasil e grande parte desse lixo é depositado em lixões a céu aberto, normalmente afastado dos centros urbanos.
Quando o lixo é depositado sem nenhuma medida de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, o resultado é o intenso mau cheiro e a disseminação de doenças graves transmitidas por moscas, mosquitos, baratas e ratos, além da contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas.
Segundo dados do IBGE de 2000, em cerca de 71,5% das cidades brasileiras com serviço de limpeza urbana, o lixo é depositado em lixões a céu aberto. Uma pesquisa encomendada pela Unicef em 1998 revela ainda que há lixões em: 26% das capitais brasileiras, 73% dos municípios com mais de 50 mil habitantes e 70% dos municípios com menos de 50 mil habitantes. E, praticamente em todos esses lixões existem pessoas trabalhando, incluindo crianças.

                                                    QUE PAÍS É ESSE?
O poema escrito por Manuel Bandeira retrata a situação de muitos brasileiros que vivem em condições de miséria e retiram seu sustento do lixo.
Segundo dados do Unicef, em 1998 existiam cerca de 45 mil crianças e adolescentes vivendo e trabalhando nos lixões espalhados pelo país. De acordo com o documento do Ministério do Meio ambiente: criança, catador, cidadão – experiência de gestão participativa do lixo, Unicef, 1999, “muitas das crianças nascidas no lixão são filhas de pais que também nasceram ali”. São meninos e meninas, com diferentes idades, que são expostos aos perigos dos movimentos de caminhões e de máquinas, à poeira, ao fogo, aos objetos cortantes e contaminados e aos alimentos podres, ajudando seus pais a selecionar embalagens, jornais e papelões. Muitas dessas crianças estão desnutridas e doentes ficando sujeitas, ainda, a acidentes e outros problemas como abuso sexual, gravidez precoce e uso de drogas. Grande parte dessas crianças em idade escolar – cerca de 30% – nunca foram à escola. O lixo é sua sala de aula, seu parque de diversões, sua alimentação e sua fonte de renda. Ganham de R$ 1,00 a R$ 6,00, por dia, mas o trabalho que fazem é fundamental para contribuir com a renda de suas famílias.

O BICHO
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os
detritos.
.
.
.
O bicho, meu Deus,
Era um homem.

.                QUANTO MAIS RICO, MAIOR A PRODUÇÃO DE LIXO.
Você já reparou na quantidade de lixo que se acumula na lata de lixo da sua casa, nos fins de semana? Por dia, calcula-se que cada brasileiro produza 1 quilo de lixo por dia, portanto, uma pessoa que vive 70 anos poderá produzir, ao longo de sua vida, até 25 toneladas de detritos.
O lixo é um indicador curioso de desenvolvimento de um país. Quanto mais desenvolvido, maior quantidade de lixo produzido.
Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Abrelpe, o brasileiro passou a produzir muito mais lixo depois do Plano Real. A cidade de Salvador teve um aumento de 40% na coleta de detritos. Em São Paulo, o crescimento foi de 13%. Os cariocas, assim como os curitibanos, jogaram 22% mais coisas fora. Mas, ainda estamos longe dos americanos com seus inacreditáveis 3 quilos por pessoa/dia. Em geral, os países mais desenvolvidos produzem mais lixo domiciliar per capita (quilos por dia). Veja a tabela a seguir:

PAÍSES QUILOS PER CAPITA/ DIA
EUA 3,2
ITÁLIA 1,5
HOLANDA 1,3
JAPÃO 1,1
BRASIL 1
GRÉCIA 0,8
PORTUGAL 0,6

Mas o lixo não é visto como um problema em todos os países. Nos Estados Unidos a indústria de reciclagem do lixo fatura aproximadamente 120 bilhões de dólares por ano. Em Nova York são aplicadas multas de até 300 dólares para o cidadão que não faz a triagem em casa separando papéis, latas, plásticos e vidros. Em Madri, capital da Espanha, 50.000 habitantes recebem energia elétrica gerada a partir da reciclagem do lixo. O sistema transforma montanhas de detritos em gás metano. Esse gás vai para uma minitermelétrica que faz a conversão para eletricidade. No Japão não há lixões, parte dos detritos é colocado e enviado para países vizinhos que cobram pelo serviço. No Brasil o problema vem sendo enfrentado de forma inadequada e improvisada.

NA NATUREZA NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA.
Essa frase foi dita pelo cientista francês Antoine Laurent Lavoisier (1743- 1794), que após vários experimentos anunciou a Lei da Conservação das Massas usando métodos quantitativos na pesquisa química.
O lixo orgânico também passa por várias transformações químicas e, quando submetido à ação de bactérias, em alta temperatura, se transforma em dois subprodutos: um é o adubo natural e o outro é o gás metano (CH4), que pode ser usado como combustível em usinas termoelétricas.
A quantidade de gás metano, produzido pela compostagem de todo lixo orgânico brasileiro, seria suficiente para alimentar uma usina de 2000 megawatts, a usina nuclear de Angra I, por exemplo, tem capacidade de 657 megawatts. Uma usina termoelétrica, como essa, produziria em um ano 3,6 billhões de reais em energia. E jogamos fora todo esse dinheiro no lixo. Só 0,9% do lixo brasileiro é destinado às usinas de compostagem.
A reação de combustão do gás metano (CH4) ocorre quando este interage com o gás oxigênio (O2), tendo como principal produto a formação de gás carbônico (CO2) e água (H2O). Esta reação é chamada de reação completa. No entanto, é importante salientar que a combustão do gás metano (CH4) pode não ser completa, ou seja, é possível ocorrer à formação de outros produtos além de gás carbônico (CO2) e água (H2O). Nesse caso, dizemos que ocorreram reações incompletas, tais como: a formação de monóxido de carbono (CO) e água (H2O) ou a formação de carbono (C) e água (H2O).
Na reação de combustão é liberada uma grande quantidade de energia (na
forma de luz e calor), que possui várias aplicações: iluminação, funcionamento de motores, aquecimento da água em caldeiras, produção de energia elétrica, etc.
Consideremos em nosso estudo apenas a combustão completa do metano que pode ser representada pela seguinte equação química:
                                        CH4(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(g)
Tendo como pressuposto a Lei de Conservação das Massas, pode-se afirmar que, em uma reação química, a massa total antes da reação é igual à massa total após a reação. Na reação acima o gás metano reage com o oxigênio produzindo gás carbônico e liberando água. Mas, quanto de gás metano reage com o gás oxigênio?
Considerando que a matéria é formada por átomos, quando ocorre uma reação química, o princípio de Lavoisier ou lei de conservação das massas garante que o número de átomos envolvido nos reagentes deve ser o mesmo presente nos produtos formados.
Uma forma de a equação química representar a conservação da matéria é por meio do balanceamento químico da reação, ou seja, um mecanismo utilizado para garantir que em ambos os lados da equação química o número de átomos seja o mesmo.
O balanceamento de uma reação química pode ser realizado de algumas formas, uma delas é utilizando o processo de resolução de SISTEMA DE EQUAÇÕES. Nesse sentido, a equação que representa a combustão completa do gás metano pode ser escrita da seguinte forma: xCH4 + yO2 → zCO2 + tH2O, ou seja, x moléculas de gás metano, reagem com y moléculas de oxigênio e liberam z moléculas de gás carbônico e t moléculas de água.

.
                                     RECICLAGEM: UMA DAS SOLUÇÕES
Não há como não produzir lixo, mas podemos diminuir essa produção. Como? Reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que possível e separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva.
Há alguns anos pensava-se que o problema do lixo seria resolvido com a reciclagem. Hoje sabemos que a reciclagem é apenas uma das soluções e que se faz necessário um Gerenciamento Integrado do Lixo, o que envolve o uso racional e associado das seguintes opções: redução do lixo gerado, aterros sanitários, incineração com recuperação de energia, compostagem e reciclagem.
Quando você compra um produto numa embalagem de papel, de vidro, de plástico ou de metal, pode ser que ele, um dia já tenha sido jogado fora como lixo.
A reciclagem é o processo que permite o reaproveitar desses materiais que serão transformados em novos objetos. Mas por que reciclar? Apresentamos algumas razões:
- Diminuímos a quantidade de lixo e, portanto, reduzimos os problemas trazidos por ele como a necessidade de espaço nos aterros sanitários entre outros.
- Poupamos dinheiro, pois obter plástico, papel, vidro ou metal a partir de matéria prima natural custa mais do que reaproveitar o que já existe.
- Economizamos energia, pois gasta-se menos energia na reciclagem do que na obtenção a partir de fontes naturais.
- Conservamos os recursos naturais, como as árvores (usadas para fabricar papel), o petróleo (matéria prima para os plásticos) e os minérios (que permitem obter metais).

                                     LIXO: UM OSSO DURO DE ROER
Um dos maiores problemas dos centros urbanos, em relação ao lixo produzido, refere-se ao seu destino. O tempo necessário para decomposição do lixo no ambiente é muito longo. Veja na tabela a seguir o tempo que cada material demora para se decompor.

ALUMÍNIO 200 a 500 anos
CHICLETES 5 anos
EMBALAGENS LONGA VIDA Até 100 anos (alumínio)
EMBALAGENS PET Mais de 100 anos
FILTROS DE CIGARROS 5 anos
PAPEL E PAPELÃO Cerca de 6 meses
PNEUS Indeterminado
VIDROS Indeterminado
PILHAS Até 500 anos

           

Todos nós podemos colaborar para diminuir os problemas causados pelo destino incorreto do lixo e, conhecer os problemas é o primeiro passo para buscar possíveis soluções. Separar o lixo para reciclagem é apenas uma das soluções, mas é uma atitude que devemos exercitar todos os dias começando pela nossa casa.
Procure pensar a respeito dos problemas ambientais, provocados pelo acúmulo de lixo, e tentar encontrar soluções para preservar o meio ambiente. E esteja certo de que seus atos farão muita diferença para preservar nosso planeta.



Aluno: Luis Miguel Lima Silva .`.

Nenhum comentário:

Postar um comentário